Recentemente Ademar Figueiredo, da coluna Arte & Cultura, recebeu a visita do fisioterapeuta e professor Samuel de Sousa Ribeiro, que lhe apresentou o livro “Obesidade: e nós com isso?” Seu mais novo desafio é empreender na literatura.
Confesso que a obra foi “devorada” em pouquíssimo tempo, devido à agilidade com que foi escrita. E o que mais me surpreendeu é que não passo por nenhum processo de obesidade, mas a narrativa foi me envolvendo e mantendo o meu interesse na obra durante toda a leitura, escreveu Ademar.
Samuel é um jovem de 25 anos, que nasceu em Santo Antônio do Grama. Filho de pais comerciantes, cresceu no ambiente de bar e restaurante trabalhando como garçom/balconista. Cursou o Ensino Fundamental na rede estadual e o Ensino Médio no Colégio Athenas Equipe/PN. Graduou-se em Fisioterapia pela Faculdade Dinâmica, onde hoje é supervisor de Estágio e professor, além de suas atividades como fisioterapeuta em Abre Campo. Com agenda para lá de disciplinada, consegue ministrar cursos extracurriculares voltados para a saúde.
Ademar entrevistou Samuel. Confira.
Você é formado em Fisioterapia: como veio a ideia de escrever sobre obesidade?
Samuel – A ideia surgiu de um trauma pessoal. Na minha adolescência, eu era obeso e pesava 104kg. Consegui emagrecer 30kg em 4 meses sem cirurgias ou “remédios milagrosos”. Mesmo após o emagrecimento, ficava com vergonha de contar às pessoas sobre meu passado. Então decidi escrever este livro para ressignificar essa história e ajudar mais pessoas.
Comente sobre o título do seu livro: “Obesidade: e nós com isso?”
Samuel – É um chamado para essa questão de saúde pública. O pronome “nós” indica eu e outra pessoa (você). Utilizar-se de uma pergunta e desse pronome foi a forma que eu encontrei para despertar a atenção das pessoas logo no título da obra.
Em que momento a pessoa deve realmente levar a sério que está com sobrepeso?
Samuel – As pessoas precisam entender que sobrepeso é um sinal de que elas podem estar sedentárias, alimentando-se mal ou até mesmo descontando suas emoções na comida. Como profissional da Área da Saúde, eu defendo que as pessoas devem estar a todo momento levando a sério a saúde. A prevenção é o melhor caminho.
Como não romantizar a obesidade, mas também não ser gordofóbico?
Samuel – A obesidade atingiu mais de 6,7 milhões de pessoas em 2022. São mais de 168 mil mortes por ano. O primeiro passo é entender que a obesidade é uma doença. Sabendo dessas informações, não existe a possibilidade de romantizar. Atacar as pessoas obesas é ser gordofóbico, e isso não se faz. Precisamos ajudar e nos sensibilizar pela causa dessas pessoas. Eu não sou contra as pessoas obesas, sou contra a obesidade.
No seu livro, você fala sobre ser “gentil com você mesmo” durante o processo do emagrecimento. Comente por favor.
Samuel – Suportar o processo de emagrecimento muitas vezes será difícil e cansativo. Então seja gentil com você mesmo. Um erro na dieta não é o fim. Faltar um dia na atividade física não é o fim. Está cansado? Descanse. Parece óbvio, mas tem gente que, quando cansa, desiste.
“Decisões determinam destinos”. Comente por favor.
Samuel – O poder de transformação não está na sua condição, está na sua decisão de agir. No livro, haverá indicação de tarefas e a transformação na sua vida só irá acontecer, se você decidir executá-las.
Que dica você deixa para quem quer e precisa emagrecer?
Samuel – É necessário abandonar as dietas restritivas, remédios milagrosos e abraçar uma transformação no estilo de vida. O meu livro aborda essa transformação a partir da autorresponsabilidade, do ambiente e dos hábitos diários.
Em tempo – Conheça um pouco mais sobre o autor em @samuelsribeiro.